- O nascimento
Com a ascenção da Sega graças ao Genesis (Mega Drive), e a Nintendo ainda presa na geração 8-bit com o Famicom (Family Computer), vulgo Nintendinho, a empresa nipônica viu que já estava começando a perder espaço no mercado, e que era hora de reagir. Então, em Novembro de 1990, pelas mãos do desenvolvedor Masayuki Uemura (que também desenvolveu o Nintendinho), nasce o sucessor da era 16-bit, no Japão.
Eis o nome da criança: Super Famicom, ou Super Nintendo, ou simplesmente SNES, tanto faz. O importante é que o novo console da Nintendo na época veio com tudo, com gráficos e efeitos mais avançados que o concorrente, e dois jogos de peso na época de seu lançamento: Super Mario World e F-Zero, que renderam milhões de vendas. E isso foi só o engatinhar do recém-nascido, já que ainda tinha muito chão pela frente.
- A batalha
Depois de declarada a “guerra” entre os dois gigantes de 16-bit, a Nintendo parecia ter uma vantagem parcial sobre a sua rival, graças ao seu poder de colocar até 256 cores na tela, simultaneamente, efeitos de zoom, rotação e transparência, e um controle de 8 botões. O sucesso no Japão foi estrondoso, mas e quanto às terras ocidentais? Pois é, ficou um pequeno deslize por conta da demora do lançamento do Super Nintendo, um atraso que poderia ter custado o domínio da Sega nos outros cantos do mundo com o Mega drive já em cena.
E foi quase no final de 1991, que o Super Nintendo resolveu agir, invadindo outras terras, começando pelos Estados Unidos, com um visual distinto do modelo japonês, mais quadrado, e mais branco. Algumas semanas depois, o console foi lançado também na Europa, e só em 1993, vejam só, ele finalmente veio até a América do Sul. Mas mesmo com toda esta invasão nintendística pelo resto do mundo, já era tarde demais. O Mega Drive já havia se consolidado nos outros países, justamente por esse “lag” na hora de lançar o Super Nintendo ao mundo.
E não parou por aí, até a Nintendo conseguir reagir, a Sega fez o Super Nintendo comer poeira com o surgimento de um novo mascote representante da Sega: Sonic, The Hedgehog! Ele surgiu como um raio caindo em cima da cabeça da Nintendo, e essa foi a gota d’agua para os nipônicos se reerguerem, já que a Sega estava tomando conta do mercado americano e europeu.
Olha, não foi por que eu “presenciei” esta batalha, mas sem sombra de dúvidas, foi a batalha mais épica de consoles vista na história dos games! Eram jogos memoráeis lançados de ambos os lados, e quem ganhava eram nós, os consumidores, afinal. A Sega, que no início possuía não mais que 10% do mercado, passou a possuir praticamente a metade da fatia do bolo, no desenrolar deste embate gamístico. Foi tenso para o lado da Nintendo, mas…
- O sucesso
Já estava mais do que na hora do Super Nintendo mostrar para que veio. E seu enorme sucesso posterior se viu não só pela quantidade vasta de jogos lançados, e sim pela qualidade deles, que diga-se de passagem, era incontestável (Tá, alguns são “casos isolados”, mas vamos colocar uma pedra nisso…). Vamos relembrar alguns desses clássicos que fizeram o Super Nintendo crescer e se sobressair no mercado:
Super Mario World
Depois de se consagrar o mascote da Nintendo, Mario acompanha o lançamento do Super Nintendo com uma aventura magnífica, cheia de novos mundos para explorar, gráficos bem coloridos, e o nascimento do dinossaurinho mais simpático dos games: Yoshi. Isso e muito mais levaram Super Mario World a ser considerado um dos melhores jogos da série do bigodudo.
F-Zero
Apesar da lerdeza do processador do Super Nintendo em relação ao Mega Drive (menos da metade da velocidade!), velocidade não faltou com o surgimento de F-Zero, que se tornou mais uma grande franquia da Nintendo depois.
Street Fighter II
Dos arcades para os consoles caseiros, Street Fighter II foi um dos grandes responsáveis pela salvação da Nintendo. O que mais falar deste jogo? Simplesmente uma jornada cheia de porrada para ser o melhor lutador do mundo, ou então o melhor lutador do bairro tirando uns contras contra os amigos. HADOUKEN
Mortal Kombat II
A série mais sanguinária dos games pecou feio em tirar o sangue no jogo de estréia na versão do Super Nintendo. Mas agora ela volta não só com sangue, mas também com mais personagens, mais golpes, mais porrada, e novos Fatalities. Considerado por muitos fãs (inclusive eu) o melhor jogo da série.
Chrono Trigger
Akira Toryiama? Dragon Ball? Alguém? Não! Apesar do anime ter o mesmo desenhista, trata-se de uma aventura totalmente diferente de Goku. Chrono Trigger é um RPG que conta com um enredo magnífico de viagem ao tempo, personagens carismáticos e um gostinho de “quero mais”.
The Legend of Zelda – A Link to The Past
Depois do sucesso no Nintendinho, Link volta com mais uma aventura em Hyrule, com novos desafios, novos itens, um mundo paralelo, e um cabelo rosa (???)
Contra III
Uma das séries mais ignorantes (no sentido bom da palavra, se é que tem…) da história volta no Super Nintendo com mais tiros, mais guerra, caça aos aliens, e uma dificuldade absurda como sempre.
Super Metroid
A caçadora de recompensas Samus Aran volta, detonando Piratas Espaciais no planeta Zebes em uma jornada brilhante e desafiadora de exploração, com uma trilha sonora imbatível!
Megaman X
Depois de 100 anos da série clássica, surge um novo Megaman, em um futuro reinado pela opressão dos robôs corrompidos chamados Maverick. Megaman X e Zero unem forças para derrubarem os Mavericks e salvar o mundo
Star Fox
Um jogo que revolucionou, graças ao uso do chip FX, que trouxe gráficos em 3D para o Super Nintendo! E não eram só os gráficos que eram bons aqui. O jogo era bom mesmo, com o seu enredo espacial numa galáxia aonde animais em formas humanóides pilotam suas naves para salvar o universo das garras de um cientista maluco.
Super Mario Kart
Mais um jogo que revolucionou. A idéia de fazer um jogo de corrida, colocar os personagens da série do encanador mais conhecido do mundo, junto a fases e itens para atrapalhar os outros virou uma tendência para outros jogos de corrida. Diversão garantida com 20 pistas e mais 4 do modo batalha.
Donkey Kong Country
O gorilão pertubou a vida do Mario demais, lá nos tempos do Nintendinho. Mas ele veio no Super Nintendo como o herói nesta grande aventura pela Ilha DK ao lado de seu companheiro Diddy Kong. A cômica Rare não só fez um ótimo trabalho com gráficos em 3D renderizados como também trouxe um excelente jogo de plataforma, e que marcou em meados dos anos 90.
Killer Instinct
Para quem achava que só Street Fighter e Mortal Kombat não eram o suficientes, a Rare apostou neste jogo de luta fazendo uso dos mesmos tipos de gráficos de Donkey Kong, personagens bizarros, e combos de arrepiar!
Yoshi’s Island
Também conhecido como Super Mario World 2, aqui o protagonista é Yoshi, que carrega o bebê Mario para lá e para cá em mais uma grande aventura, e gráficos ainda mais sensacionais!
Há diversos outros jogos que também marcaram na era dos 16-bit, mas vocês ficariam até amanhã só nas lembranças. Mas teve também: Top Gear, Super Mario RPG, Battletoads, Kirby Superstar, Pilotwings, Dragon Quest, Star Wars, Super Bomberman, e por aí vai…
- As faces
O Super Nintendo também teve vários modelos. Eis os modelos de cada época e região:
É, os visuais do Super Nintendo não foram lá uma Brastemp, mas… Pensando bem, poderia ser pior:
Esses são apenas uns projetos do design do Super Nintendo antes do nascimento, e ele iria ser chamar NES 2! Graças a Deus, caiu uma gota de bom senso na cabeça dos designers do Super Nintendo, pelo menos!
- As traquitanas
Houve diversos periféricos para o Super Nintendo. Uns eram até meio bisonhos, outros eram bem interessantes, e outros eram… no mínimo curiosos. Você lembra de algum desses aí?
Super Game Boy
Um adaptador que permitia o encaixe de cartuchos de jogos para o Game Boy, e pudessem ser jogados na TV. Você perde a portabilidade, mas ganhava umas cores a mais, para compensar. Em 98 foi lançado o seu upgrade, o Super Game Boy dois que permitia conexão pelo cabo Game-Link, para partidas multiplayer, mas por uma estranha razão, não rodava os jogos exclusivos para Game Boy Color.
Super Scope
Parece uma bazucona fera, mas não vingou muito. Isso se deve ao fato do acessório ter utilidade para pouquíssimos jogos como Bazooka Blitzkrieg, Metal Combat, e Yoshi Safari. A vantagem é que ele não tinha fios, mas ele era um comedor de pilhas compulsivo (6 pilhas AA). Haja dinheiro para tanta pilha!
Adaptador para 4 controles
Outro acessório que não foi lá essas coisas. Poucos jogos tinham multiplayer para até 4 jogadores.
Mouse
Super Disc
E a Sega acabou criando o seu periférico chamado Sega CD, aonde rodavam os jogos via-CD, e a Nintendo resolveu abraçar esta idéia. Mas vamos voltar no tempo, um pouco antes do surgimento do Super Nintendo e afins. Em 1988 foi fechado um acordo entre a Nintendo e pasmem: A Sony! Para a mesma criar um chip de som para o próximo console (Que seria o Super Nintendo). Feito o acordo, mas ele acabou se extendendo justamente para o desenvolvimento de um periférico que pudesse fazer com que rodassem os jogos em CD. Ok, mas assim, a Sony teria o poder de controlar e licensiar todos os jogos do Super Disc, ou seja: O Super Nintendo ia acabar sendo da Sony. Então, o acordo foi desfeito, e nessa brincadeira aí, acabou surgindo mais tarde o Playstation, e a partir daí, a história você já conhece.
Calma, tem mais. Ainda teve mais alguns outros acessórios menos conhecidos para o Super Nintendo. Dá só uma olhada rápida neles:
- O legado
O Super Nintendo foi o pontapé inicial para várias franquias novas, o detentor de jogos inesquecíveis, e nos proporcionou muitas lembranças boas, com certeza. É, bons tempos que não voltam mais, mas que podemos revivê-los tirando a poeira de nossa relíquia (quem dera eu ainda tivesse o meu ainda…), soprar os cartuchos para o bicho pegar (Mito imortal!), e matar as saudades dos clássicos que nos divertiram por horas no passado.
Desnecessário dizer, o Super Nintendo foi um marco na história dos video-games, mas também não é para menos, já que o console acabou alcançando a marca de nada menos que 50 milhões de cópias vendidas no mundo todo, e assim, conseguindo superar o Mega Drive, que vendeu “apenas” 39 milhões de cópias e uns quebrados. Não que o Mega Drive seja ruim, claro que não. Foi um ótimo console também, e foi um dos protagonistas de uma batalha espetacular de consoles, que nos trouxeram grandes jogos, mas a festa foi da Nintendo, e nesses quase 20 anos que se passaram depois de seu surgimento, ainda celebramos os bons tempos de grandes lançamentos, e o seu legado para ser levado para os próximos consoles da Nintendo: A diversão que os jogos proporcionavam era o que realmente importava.
- Vídeos
100 jogos de SNES em 10 minutos:
Comerciais da época do lançamento desse grande console:
Homenagem ao clássico Super Mario World:
- Fotos
Fotos do console dentro da caixa, mais controles, encartes, fontes e o cartucho do Super Mario World que acompanhava o videogame:
Parte do texto via: Nintendo Blast