Se você teve um computador durante a década
de 90 ou se apenas gostava de olhar as prateleiras de jogos em
supermercados e lojas de informática, certamente se lembra delas. Muito
antes da existência do Steam, antes mesmo de virem
dentro de caixinhas padrões de plástico, jogos para PC eram embalados
em caixas enormes de papelão, estampadas com artes chamativas, que
atraiam nossos olhares mesmo à distância.
Há algumas boas razões para que, diferentemente dos jogos para
consoles, produtoras de jogos para PC optassem por esse formato. Durante
a década de 80, jogos para computadores eram vendidos em disquetes
enormes, de aproximadamente 5,25 polegadas (ou 13 centímetros de largura
e altura), o que já obrigava as produtoras a investir em embalagens
relativamente grandes. Jogos mais complexos, como simuladores de vôo e
RPGs eram acompanhados de manuais de instruções volumosos e sistemas de
proteção contra cópias que muitas vezes vinham acompanhados de livretos,
que também ocupavam espaço dentro da embalagem.
No entanto, os principais motivos eram outros: o tratamento visual
dado a essas caixas fazia com que o jogo se destacasse, atraindo a
atenção de possíveis compradores e potencialmente aumentando o número de
vendas. Além disso, as companhias surgiam com caixas cada vez maiores e
elaboradas, na tentativa de ocupar mais espaço na prateleira que as
concorrentes. Assim, durante um bom tempo, jogos de PC vieram dentro
dessas caixas enormes e vistosas (algumas,
bem bizarras), mesmo que o jogo em si viesse em um disquete ou CD-ROM bem menor que ela.
Embora ocupassem mais espaço nas prateleiras das lojas, jogos para PC
passaram a representar às lojas um lucro menor que os jogos para
consoles, que ironicamente possuíam caixas menores. Assim, durante a
década de 2000, uma associação de comerciantes dos EUA negociou com as
grandes publishers uma padronização das embalagens de jogos para
computadores, representando o fim das adoradas caixonas de papelão,
hoje disputadas por colecionadores ao redor do mundo.
Um desses colecionadores é o austríaco Benjamin Wimmer, que além de
dedicar uma enorme estante de sua casa para elas, digitaliza as faces
frontais, laterais e traseiras de cada uma de suas caixas e as
transforma em modelos 3D em seu site
Big Box Collection.
A ferramenta, desenvolvida por ele mesmo, permite a visualização de
cada uma das mais de 500 embalagens de sua coleção, repleta de jogos de
DOS, Windows, Commodore 64, Atari ST e até Wii — em sua maioria, em
edições europeias e com textos em alemão. A ferramenta ainda
disponibiliza as artes em alta resolução em formato papercraft, para que
você crie suas próprias caixas no tamanho original. Há até um editor de
GIFs!
O site possui também uma seção de
troca e venda e outra, uma
wishlist,
em que ele lista os jogos que gostaria de adicionar a sua coleção.
Novas adições à coleção e melhorias da ferramenta são anunciadas
regularmente por Benjamin em seu
blog.
Via: Overload