quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Conhecendo melhor o 'NGP' (o verdadeiro)

O PlayStation Vita está sendo lançado hoje nos EUA. Antes dele ser conhecido como Vita, ele era chamado de NGP. Mas essa escolha de sigla foi um pouco estranha, pois já existia um portátil de jogos chamado de NGP. E ele com certeza não foi feito pela Sony.
O NGP da Sony era uma abreviação de “Next Generation Portable” (“Portátil da Próxima Geração”), mas o NGP do qual estamos falando hoje significava “Neo Geo Pocket”.
Ao longo da década de 1990, a empresa japonesa SNK era uma participante menor (em termos de cota de mercado, não de qualidade) no negócio de consoles domésticos com o Neo Geo, uma “versão família” do seu popular hardware para arcades. Em 1998 a empresa entrou no mundo dos portáteis pela primeira vez, tentando brigar com o domínio da Nintendo nesse mercado com o criativamente intitulado Neo Geo Pocket.
Era uma máquina bem impressionante para a época, muito mais capaz do que o Game Boy. O NGP tinha 16bits de poder de processamento e uma resolução de 256×256.
Sendo um console da SNK, foram os jogos da própria empresa que dominavam a biblioteca do NGP. Séries como King of Fighters, Capcom vs SNK e Samurai Shodown fizeram aparições no portátil.
Infelizmente, como foi o caso do Lynx e o Game Gear antes dele, um hardware superior significava pouco na luta contra o aparelho da Nintendo. Um ano após o lançamento – tempo em que o Neo Geo Pocket foi lançado apenas no Japão e Hong Kong – ele já estava morto.



Ele foi quase instantaneamente substituído por uma versão melhorada, o Neo Geo Pocket Color (NGPC), destinado a combater o Game Boy Color. Apesar do portátil ter sido lançado no mundo inteiro desta vez, chegando simultaneamente no Japão, Europa e América do Norte, em 1999, o NGP Color teve o mesmo destino rápido e triste de seu antecessor.
O NGPC não apenas possuía uma tela colorida, mas também tinha uma característica única: a possíbilidade de se conectar ao Dreamcast. Ninguém nunca usou isso, mas bom, o recurso estava lá!
Quando a SNK foi comprada, em 2000, o NGPC foi retirado dos mercados ocidentais, e em 2001, o portátil deixou de ser distribuído no Japão também. Culpe a Nintendo se você quiser (ainda mais se você não gosta de Pokémon), mas a SNK nunca iria conseguir vencer com a força de suas próprias franquias, e nenhum dos modelos do NGP foi capaz de diversificar o suficiente com jogos de qualidade vindos de outras empresas (embora houvesse um bom Sonic para a versão color).



A versão portátil do Neo Geo foi, em palavras menos carinhosas, uma falha. A Atari vendeu o dobro de unidades do Lynx no início dos anos 90 e o Game Gear, da Sega, vendeu cinco vezes mais unidades do que o NGP. Em respeito à memória da SNK, não vamos comparar as vendas de seus portáteis com as vendas do Game Boy.
Mas tudo bem! As vendas não significam tudo, e o poder relativo do sistema – para não mencionar o grande catálogo de jogos da SNK em versão portátil – conquistou um público fiel – fiel o bastante para propor o retorno do pequenino nos tempos modernos.

Via: Kotaku